Prostatectomia Total com Anastomose Uretral em Cão com Cistos Paraprostáticos: Relato de Caso

  • Autor
  • Yasmin Silva do Nascimento
  • Co-autores
  • Luca Teixeira Bitazi Bonilha , Rogério Lopes Fonseca
  • Resumo
  • A próstata é a única glândula sexual acessória do cão e é responsável pela secreção de frações do líquido ejaculatório. Essa estrutura está sujeita a diversas afecções, especialmente em animais não castrados. Os cistos prostáticos são formações benignas, definidas como estruturas repletas de líquido prostático acumulado, geralmente, em decorrência da obstrução de ductos. O tamanho e a quantidade de cistos podem modificar as dimensões, a simetria e a textura da glândula prostática. Em alguns casos, os cistos podem se localizar adjacentes à próstata, sem comunicação direta com o parênquima prostático, sendo denominados cistos paraprostáticos. Objetiva-se, com este resumo, descrever o caso de um cão submetido à prostatectomia devido a cistos paraprostáticos recidivantes. Foi atendido no Hospital Veterinário Amparo, em Brasília, um cão SRD, macho, 5 anos, não castrado, apresentando dor inespecífica e postura cifótica. A ultrassonografia evidenciou na próstata a presença de uma estrutura cavitária amorfa e outra vesicular, sugestivas de cistos paraprostáticos. Foi realizada a castração e a drenagem do conteúdo cístico, o qual foi encaminhado para análise citopatológica, sendo constatada inflamação supurativa. Após pouco mais de um mês das intervenções, foram encontradas novas áreas com aspecto cístico em ambos os lobos prostáticos. O paciente foi encaminhado para o procedimento de prostatectomia total, de modo a inibir a formação recidivante de cistos paraprostáticos. O acesso cirúrgico foi realizado por meio de celiotomia caudal. Após a divulsão dos tecidos, foram posicionados dois afastadores Gelpi nas laterais das cias e da musculatura reto abdominal e um afastador Balfour na borda cranial da incisão. Para a ampla visualização da próstata e dos cistos paraprostáticos, foi feita a dissecção da gordura periprostática. Após a exérese prostática, foi feita a anastomose uretral entre a porção caudal à próstata e proximal à bexiga, em padrão simples separado com fio 4-0, poliglecaprone 25 (Bioline®). A musculatura e as fáscias foram suturadas no padrão festonado e o subcutâneo com padrão simples contínuo, seguido da sutura intradérmica, todas com fio absorvível sintético poliglecaprone 25 4-0 (Bioline®). As bordas da pele foram aproximadas com fio nylon 5-0, em padrão simples interrompido. Durante o internamento, o paciente manteve-se com sonda uretral nº 6 e, após sua retirada, foi constatada incontinência urinária permanente. Após o procedimento cirúrgico, não foram mais observadas alterações císticas. Aproximadamente 10 dias depois da intervenção, o paciente apresentou quadro de cistite. O caso apresentado evidenciou a limitação do tratamento de primeira escolha no controle da recidiva dos cistos paraprostáticos. E, embora a prostatectomia total tenha sido eficaz na remoção definitiva dos cistos, a ocorrência de complicações ressalta a necessidade de uma avaliação criteriosa e individualizada, considerando a relação risco-benefício antes da indicação de um procedimento mais invasivo. 

  • Palavras-chave
  • Cisto, paraprostático, próstata, prostatectomia.
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